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A Biblioteca De Cláudio

Se a obra de um editor é o seu catálogo, o que deixa Claudio López de Lamadrid (1960-2019) se destaca em diversos âmbitos. Não precisou de um “editorial independente” -termo que denostaba, algumas vezes – para criar uma oferta de propriedade. Cavalo de Troia e novas -Mapa das Línguas – para que as obras dos autores hispano-americanos circulam em todos os países de fala castelhana.

E teve uma paixão que conseguia iluminarle os olhos: a poesia. Recuperou a autores como pablo Neruda, Gil de Biedma, Cavafis, Rilke ou Dickinson pela colecção Poesia e Portátil, pela passada FIL de Guadalajara, o que deixou tudo para ir ao encontro de teu surpreendido Charles Simic. Gabriel García Márquez, a quem rendia visita a toda a hora na sua residência, na Cidade do México, foi o seu autor emblemático no âmbito latino-americano, porque neste momento publicava no grupo Grijalbo-Mondadori.

“Não sei que César Aira ainda não tenha o Cervantes! O que se morra? “dizia o passado Sant Jordi, no tempo em que o autor argentino -ao que o havia convidado pra celebração do livro – tentava acalmá-lo. O próximo fevereiro, publica-se, em um único volume, Dez novelas de César Aira, uma coletânea do escritor.

Junto a Silvia Querini no Lúmen, editou a Juan Marsé, a quem pôs como exemplo de que “o editor é o ofício mais fascinante do universo, uma vez que, como Uma de suas últimas grandes ilusões foi somar à sua equipe, em 2015, Rafael Sánchez Ferlosio, anteriormente ao grupo Planeta. Eu ia visitar Madrid com o sentimento de uma criancinha e, e também reeditarle seus títulos clássicos, publicou o Campo de retamas (seus Preços reunidos) e, há pouco mais de um ano, as Páginas escolhidas. E, apesar de que não fosse o editor da obra regular de alguns grandes nomes, se esforçava por incorporá-las a seus selos com um outro título.

Assim foi com o uruguaio Mario Levrero ou o mexicano Sergio Pitol, que lhe entregou Sonhar a realidade, legendagem Uma antologia pessoal. Com os autores espanhóis era com o que eu poderia exercer mais com facilidade o seu processo: “se Ler os manuscritos e conceder orientações concisas que transformavam os livros”, explica o editor Albert Puigdueta. Carne de avião e de AVE, tua equipe madrilenha conta com numerosos nomes como Belén Gopegui, Patricio Pron, Javier Pastor ou Miguel Barroso.

  • 1962 – 1965: Concílio Vaticano II
  • #890 albert55
  • três A recessão do jeito de produção escravista
  • o Teme outro “tamayazo”

Seu trajeto entre Barcelona e Madrid tinha escala em são paulo, onde se encontrou com o Sergio do Moinho e o acabado Félix Romeo. Todos eles se sentem especialmente órfãos, não só pela assistência profissional, entretanto sim pelo tratamento humano abundante em amizade e de intimidade. Para o Moinho, “nos demos conta de golpe de que, por esse tipo de editor habitual, restavam só Jorge Herralde, e ele”. Da mão-de-López de Lamadrid, nomes como a argentina Samanta Schweblin ou a chilena Nona Fernandes ganharam o aplauso da crítica mais detalhista.

Outros bons autores são a mexicana Fernanda Montenegro, o salvadorenho Héctor Castelhanos Moya, os chilenos Lina Meruane e Rafael Gumucio e o peruano Jeremias Gamboa (que lançou em todo o grande, com honras de estrela, com teu primeiro romance). Ou a recuperação de um polêmico autor de culto, como Osvaldo Lamborghini.

o Lhe importavam as vendas? O editor Albert Puigdueta, teu colaborador mais próximo, ele responde: “Lhe importavam as margens, que é onde se reflete um agradável trabalho editorial (isto é, a ligação entre o investimento e o gado). As vendas eram motivo de alegria, todavia não foi o que lhe movia”. Segundo lembra Albert Puigdueta, “era sobretudo sensível às traduções. Com a novela de Sally Rooney, Conversas entre amigos, uma imperfeição pela primeira página da tradução recém entregue o fez entrar como uma hidra e sair gritando de teu escritório.

Foi muito envolvente trabalhar com ele, de verdade”. No n.o francês, revelam-se nomes como os de Daniel Pennac, ou os prémios Goncourt Mathias Enard e Jerôme Ferrari, a despeito de, na verdade, Enard era para ele um autor barcelonês mais. O italiano Paolo Cognetti foi bem como uma de suas últimas apostas.